perseverança, estudo, talento e R$ 50. Foi com esses recursos que a pernambucana Nelly Cardozzo transformou as habilidades manuais, que herdou da mãe, em um produto que já se expande pelo país e começa a ser exportado para Itália, Portugal e Estados Unidos.
Desde pequena, a empresária assistia à mãe produzindo renda e outras formas de artesanato para complementar o orçamento necessário para manter a família de 10 filhos.
Anos depois, em 2010, quando foi demitida do banco onde trabalhava, na área de marketing, a empreendedora enxergou na produção de artesanato uma forma de assegurar a manutenção da família de três filhos, com o marido também desempregado.
Ela começou produzindo pulseiras, em pequenas quantidades, que as filhas vendiam na escola. Com o sucesso dos produtos, ela resolveu buscar a orientação do Sebrae e com um capital de apenas R$ 50, abriu sua empresa – ainda na informalidade.
Dois anos depois, com o aumento das vendas e a capitalização da empresa, Nelly percebeu que era hora de se formalizar, e se cadastrou como Microempreendedora Individual (MEI). “Eu notei que, para muitos clientes, principalmente das feiras nacionais e internacionais, a existência da nota fiscal era uma condição importante para impulsionar as minhas vendas”, comenta.
A empresária trabalha com PET, couro, fios de algodão e seda, além de tecidos variados, para produzir suas coleções de pulseiras, colares e brincos. “Eu procuro desenvolver um trabalho autoral diferenciado, tanto no design das peças como no uso de materiais sustentáveis”.
Com a colaboração de moradores e restaurantes do bairro onde vive, em Recife, Nelly consegue produzir hoje cerca de 1.500 peças por mês e, para isso, utiliza mensalmente cerca de 4 mil garrafas PET que seriam jogadas no lixo.
A artesã, de 66 anos, comenta que o papel do Sebrae foi fundamental para a criação e o crescimento do negócio. “Desde o consultor, que me fez acreditar que eu poderia começar o negócio com tão pouco dinheiro no bolso, até as feiras de moda, artesanato e acessórios para as quais eu fui convidada a participar pelo Sebrae”, diz Nelly.
Ao longo dos últimos sete anos, a empresária fez diversos cursos na instituição, como: Marketing Digital, Embalagem, Mídias Sociais, Vitrinismo, E-commerce, Gestão Financeira, Formação de Preço, Fotografia, além das “Oficinas SEI”. “Eu participo de todas as atividades para as quais o Sebrae me convida. Tanto que, nas feiras onde eu participo, as pessoas brincam comigo e dizem: Lá vem a cria do Sebrae”, complementa.
Hoje, os planos são de continuar expandindo o negócio. Ela pretende, em breve, reestruturar o site da Nelly Cardozzo e incorporar um sistema de e-commerce. Outro passo é consolidar as negociações com o mercado externo.
Em dois anos a empresa já teve 10 pedidos feitos a partir das feiras onde Nelly participou a convite do Sebrae. Ela já planeja buscar a instituição para se qualificar para esse tipo de operação. Por fim, a empresária também pretende abrir um ponto comercial físico. “Estou me preparando para migrar para a categoria de Empresa de Pequeno Porte. Felizmente, a crise não existe pra mim”, conclui.
Fonte: Pequenas empresas Grande negócios