Os pequenos negócios que já estão faturando com o Natal

A produção e comercialização de produtos artesanais com a temática natalina estão a todo vapor, a pouco mais de um mês do Natal.

Enquanto os consumidores se mostram mais otimistas e alguns setores do comércio sentem a melhora nas vendas, pequenos negócios chegam a dobrar o faturamento com os pedidos de fim de ano.

MARTHA SE ESPECIALIZOU NA PRODUÇÃO DE

EMBALAGENS PERSONALIZADAS

Há nove anos, Martha Haberbeck Szprynger, 43 anos, fundou a Caixa Montada, um ateliê de caixas personalizadas, no Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

Em meio aos pedidos que foram surgindo, Martha percebeu que havia uma lacuna a ser preenchida no mercado, a de embalagens para doces caseiros.

Ocorre que muitas confeiteiras que trabalham com bolos, biscoitos, pães, docinhos e chocolates tinham dificuldade de comprar caixas em menor quantidade ou fora dos padrões.

Um bom exemplo são as latas de panetone forradas com tecido, que Martha confecciona.

Além dos clientes do ramo de alimentação, Martha também recebe muitos pedidos corporativos.

Neste Natal, as embalagens são vendidas a partir de R$ 3,50 e podem chegar a R$ 30. Uma caixa média com tampa em acetato para panetone sai em média R$ 17. Uma lata metálica para biscoitos de 20 x 20 custa R$ 20.

Decidida a aumentar sua escala de produção, há três anos, a empresária se especializou para oferecer uma linha especial para doces e contratou três funcionários.

Datas comemorativas, como páscoa, dia das mães e dia dos namorados, lhe rendem pedidos para o ano todo.

No entanto, o Natal exige um preparo diferente. A confecção dos modelos, escolha das cores e enfeites utilizados são feitas no início de julho.

Desde agosto, alguns dos modelos feitos especialmente para a data já aparecem como esgotados nas redes sociais da marca.

Atenta a uma leve queda no volume de pedidos em relação ao ano passado, Martha fez algumas mudanças. Reduziu o número de compra mínima de 50 para 10 unidades e apostou em embalagens mais completas.

LATINHAS DE NATAL DA CAIXA MONTADA

No último Natal, ela vendia cada item separado (laço, fita, adesivo personalizado e caixa). Este ano, ela apostou no kit completo, que de acordo com a empresária, aumenta o valor das peças e encanta mais os clientes.

A expectativa é igualar o número de vendas do último trimestre de 2016, quando ela vendeu mais de dez mil caixas personalizadas.

REFORMA PARA O NATAL

Em Araras, a 172 quilômetros de São Paulo, o bom desempenho das vendas de Natal dos últimos três anos levou Márcia Regina Zaqueu, proprietária da Zaqueu Festas a criar um ambiente exclusivo para a decoração natalina em sua loja.

Até o ano passado, os itens temáticos ficavam expostos nas prateleiras de apenas um corredor. Para este ano, a empresária reformou uma área que pertencia ao estoque e abriu um novo espaço de 100 metros quadrados, especialmente, para abrigar os enfeites da época.

A estratégia da empresária foi antecipar a inauguração do novo espaço para outubro, durante o Halloween. Assim, enquanto, os clientes compravam itens para o dia das bruxas, já conheciam e se encantavam pela coleção de Natal. 

Sem revelar quanto investiu no novo formato, Márcia espera ter o retorno total dos custos somente com as vendas de Natal.

Outro investimento feito pela empresária, especialmente para a época, foi a parceira com o decorador Fábio Daltro – referência no ramo. Além de assinar toda a montagem de cenários natalinos no novo espaço da loja, o decorador também disponibiliza alguns horários durante a semana para montar guirlandas personalizadas para as clientes da Zaqueu Festas.

Funciona da seguinte maneira: cada cliente escolhe os artigos à venda no estabelecimento e acompanha a composição feita pelo decorador.

O DECORADOR FÁBIO DALTRO E MÁRCIA

ZAQUEU NO ESPAÇO NATAL

Com papai noel gourmet, Mickey e Minnie natalinos, ursos polares e muitos outros temas, as peças que normalmente, enfeitam as portas das casas dos consumidores, custam em média R$ 450.

Com base no movimento e nas vendas dos primeiros dias de novembro, Márcia diz estar otimista para o balanço deste Natal.

A venda de árvores, por exemplo, que era algo incomum passou a se tornar relevante para a loja este ano.

“Sem dúvidas, a exposição de tantas árvores em diferentes cores e temas montadas está induzindo os clientes a comprarem mais. Já temos muitos produtos esgotados”, diz.

PANETONE ARTESANAL

Já no ramo de doces, a Vidolce, uma pequena fábrica de doces e confeitaria de Santo André, no Grande ABC, se prepara para a data durante o ano todo. Massas e sabores são pensados com muita antecedência.

No início de agosto, quando os sabores dos panetones já estão definidos, chega a hora de pensar nas embalagens para que até o fim de setembro tudo já esteja organizado no estoque.

A divulgação dos produtos começa na segunda quinzena de outubro, quando o volume de pedidos de orçamento e vendas disparam. Até o fim de dezembro, a loja vende em média 25 panetones ou chocotones por dia, de acordo com Paula Vido Fiorese, fundadora da Vidolce.

A expectativa é vender 20% mais que no ano passado, e dobrar o faturamento da empresa nos meses de novembro e dezembro, como ocorreu na Páscoa deste ano.

Para atrair ainda mais compradores, a estratégia da Vidolce foi manter o preço da maior parte dos produtos e fazer pequenos reajustes em alguns sabores. A embalagem também vai caprichada com folhas e fitas para presente.

Assim como nos anos anteriores, a doceira afirma que em 2017, a iguaria permanece como uma das opções preferidas para presentear, principalmente, por se tratar de um produto artesanal - muito valorizado pelos consumidores.

Fonte: Diário do Comércio

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